ANTÔNIO CARLOS GOMES

Carlos Gomes Antônio Carlos Gomes nasceu no dia 11 de julho de 1836 na vila de São Carlos (atual cidade de Campinas), província de São Paulo. Seu pai, Manuel José Gomes, era músico e regente de uma banda, sendo conhecido entre os conterrâneos pelo apelido de Maneco Músico.

Estudando música desde cedo, Antônio Carlos (ou Tonico, como o chamavam todos os amigos) tinha apenas oito anos de idade quando passou a fazer parte da banda de seu pai. Dentro de pouco tempo, o garoto já estava em condições de tocar qualquer instrumento da banda. Ao mesmo tempo, começava a produzir pequenas composições, algumas das quais se tornaram bastante conhecidas em sua cidade.

Pouco depois de completar 23 anos, Carlos Gomes viajou para o Rio de Janeiro, onde conseguiu ser apresentado a D.Pedro II. Este, que sempre se interessou pela carreira dos artistas e intelectuais brasileiros, fê-lo matricular-se no Conservatório Nacional de Música, cujo diretor era o compositor Francisco Manuel da Silva. Iniciou seus estudos com o professor Gioacchino Giannini, um italiano radicado no Rio de Janeiro desde 1846.

Carlos diplomou-se com louvor. Logo após a formatura, apresentou a primeira ópera de sua autoria, A Noite do Castelo (setembro de 1861). O sucesso da estréia foi tão grande que que D.Pedro II, presente ao espetáculo, condecorou o compositor no próprio teatro, com a Ordem da Rosa. Dois anos depois, Carlos Gomes repetiu o êxito anterior com a ópera Joana de Flandres, que foi considerada superior à primeira.

Em 1864, com uma bolsa de estudos concedida pelo Imperador, o compositor paulista viajou para a Itália, a fim de aperfeiçoar-se na cidade de Milão. Ali completou em três anos um curso que normalmente se fazia em quatro, obtendo o diploma de Maestro Compositor.

Interessado em compor uma ópera que tratasse de assunto verdadeiramente brasileiro, Carlos Gomes escolheu como tema de sua próxima ópera o romance O Guarani, de José de Alencar. A ópera, que recebeu o mesmo nome, estreou a 19 de maio de 1870 no Teatro Scala de Milão.

O sucesso foi enorme. Os mais exigentes críticos musicais compararam o músico brasileiro aos grandes mestres europeus, como Rossini e Verdi. O Rei da Itália, Vítor Manuel II, concedeu uma condecoração ao criador de tão bela ópera. Carlos Gomes, porém, apressou-se em retornar ao Brasil, para apresentar O Guarani a seu patrono, o Imperador. Lançada no Rio ainda em 1870, a obra alcançou o mesmo sucesso que obtivera na Itália.

Regressando à Milão, Carlos Gomes casou-se com uma pianista italiana chamada Adriana Peri, que ele conhecera quando lá estivera pela primeira vez. Enquanto isso, continuava a trabalhar incansavelmente, produzindo novas e magníficas óperas: Fosca (1873), Salvador Rosa (1874), e Maria Tudor (1879).Em 1876, atendendo a um pedido pessoal de D.Pedro II Carlos Gomes compôs uma peça que foi executada pela primeira vez na cidade Filadélfia, durante uma visita do Imperador aos Estados Unidos.

Mas, apesar de seus sucessos, o compositor continuava a ser um homem pobre. Demasiado confiante e de boa fé, foi muitas vezes prejudicado por maus empresários, que não lhe pagavam o que ele realmente merecia.

Em 1880, o maestro fez uma nova viagem ao Brasil, recebendo grandes homenagens em todas as cidades por onde passou. Quando voltou à Itália, dedicou-se à composição de uma ópera contra a escravidão, a qual recebeu o título de O Escravo. Todavia, essa composição (que havia sido sugerida a Carlos Gomes por um grande amigo,o engenheiro mulato André Rebouças) somente foi estreada em 1889.

Quando a República foi proclamada, Carlos Gomes,que na ocasião se encontrava em Campinas, embarcou mais uma vez para a Itália. Fiel à monarquia, recusou-se a atender aos pedido do Marechal Deodoro,para que compusesse o Hino da República. Nos anos seguintes, compôs a ópera O Condor e o poema sinfônico Colombo, comemorativo do quarto centenário do Descobrimento da América.

Convidado pelo presidente ( equivalente ao atual cargo de governador) do Pará para dirigir o Conservatório Musical daquele estado, o compositor viajou para Belém, a fim de assumir o cargo. Entretanto, o grave estado de sua saúde impediu-o de introduzir no ensino musical as reformas que pretendia. Muito doente, Carlos Gomes faleceu em 16 de setembro de 1896, no Pará. Sua morte, profundamente sentida, foi uma verdadeira perda nacional.

Bibliografia

Curso de Estudos Sociais v.4 - Editora Michalany

MIGNONE,Francisco. Música - Biblioteca Educação é Cultura - MEC

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