PADRE ANTONIO SOLER

( 1729 Olot / Espanha - 1783  Monastério de El Escorial / perto de Madrid)

Monastério de El Escorial
Monasterio de San Lorenzo em El Escorial

Antonio Soler Ramos nasceu  em 1729, filho de Mateo Soler Mencía e Teresa Ramos Cebrián. Foi batizado em 3 de dezembro deste ano, na paróquia de San Esteban de Olot, recebendo o nome de Antonio Francisco Javier José.

Em 1736 foi admitido, aos seis anos de idade na escola do Monastério de Montserrat, dos monges beneditinos, onde teve como mestres de música os padres Benito Esteve e Benito Valls.

Em 1752 torna-se organista no Monastério de El Escorial, sendo um dos mais notáveis organista de seu tempo. Neste mesmo ano, aos 22 anos de idade, é ordenado, no dia 25 de setembro. Além de suas obrigações como monge jerônimo, suas tarefas como músico consistiam em compor novas obras para as datas importantes do ano litúrgico.

Logo foi enviado à Madri, para continuar seus estudos musicais com José de Nebra, vice maestro da Capela Real e restaurador dos arquivos musicais. Em seguida, tornou-se aluno de Domenico Scarlatti, músico da corte e mestre de cravo de Dona Maria Bárbara de Bragança, esposa de Fernando VI. Scarlatti foi uma personalidade que marcou a evolução musical de Soler, cuja influência é percebida em sua técnica ao cravo, na forma e harmonia de muitos de seus trabalhos para instrumentos de teclado. Nesta época torna-se professor dos filhos do casal real.

Soler é descrito como um homem culto, profundo conhecedor de Latim, muito afável, de espírito sensível e profundamente religioso. Muito humilde, recusou-se a ser retratado para a galeria dos músicos ilustres, postura que nos impediu de conhecer o seu rosto.

Sua saúde sempre havia sido frágil e, ao se aproximar dos cinquenta anos, freqüentemente é internado na enfermaria do Monastério. Em 1783, sente-se mais uma vez doente e seu estado se agrava com rapidez. Morre às cinco e meia da manhã do dia 20 de dezembro, aos 54 anos de idade, ser ter tido tempo de receber a extrema unção.

Soler é considerado um dos maiores compositores da Espanha. É autor de 334 obras vocais, a maioria litúrgica, com texto em Latim tais como missas, hinos, motetos e lamentação e também  numerosos villancicos.

Compôs 128 villancicos, que consistem em suítes de cantatas dramáticas, vivas e alegres, que contém árias à moda italiana e melodias espanholas de inspiração popular, escritas para solista e coro. É autor de 31 peças para cena, tais como autos e comédias.

Suas composições mais conhecidas são suas sonatas para cravo em número de 120 aproximadamente, onde é percebida a influência de Scarlatti. Grande parte destas sonatas é escrita em apenas um movimento, como as de Scarlatti, mas cerca de vinte delas possuem três ou quatro movimentos e uma fuga final: são as que pertencem à sua última fase como compositor, a partir de 1766. Todos os movimentos estão em uma mesma tonalidade, como em uma suíte.

Compôs peças para órgão e música de câmara, além de ser autor de tratados teóricos e técnicos, como o polêmico Llave de la Modulacion y antigüedades de la música", publicado em 1762.

 

Bibliografia:

José Luis Obregon Perea -  Antonio Soler: Vida y Obra

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