CORDAS

Uma família vibrante!

 

    Os sons dos instrumentos musicais da família das Cordas são resultado da vibração de cordas tensas, produzidas pelo executante e reverberadas por caixas harmônicas ou acústicas dos mesmos.

    As referidas cordas dos vários instrumentos musicais componentes da família das Cordas podem produzir som através das seguintes maneiras:

    Quando friccionadas. As cordas quando friccionadas por intermédio de um arco (vara de madeira guarnecida de crina retesada através de sua longitude), produzem um som característico.

    Quando pinçadas. As cordas quando dedilhadas com os dedos (pizzicato), pinçadas através de uma palheta ou de outro mecanismo, produzem um outro tipo de som.

    Quando marteladas. As cordas quando golpeadas, produzem uma diversa qualidade de som.

    No Jazz, as Cordas desempenham notável participação, tanto nos solos como nos acompanhamentos. Evidentemente, há restrições com relação a instrumentos de cordas friccionadas, como é o caso de Violinos, Violas e Violoncelos, talvez por dificuldades técnicas em alguns efeitos. Porém , os instrumentos de cordas pinçadas (e aqui o Contrabaixo, em pizzicato, reina soberano!) e os de cordas marteladas estão adaptados perfeitamente à filosofia do Jazz. Desde os antigos tocadores de Banjo até os mais recentes guitarristas, as Cordas nos apresentaram grandes talentos musicais jazzísticos, dos quais recebemos agradabilíssimos legados.

    Vamos ouvir o que as Cordas têm para nos cantar.

Violino | Viola | Violoncelo | Contrabaixo | Harpa | Cravo | Espineta | Virginal | Piano | Clavicórdio | Guitarra | Banjo | Outras Cordas

Família do Violino

Figura representando dimensionalmente alguns instrumentos das cordas. Da esquerda para a direita: Contrabaixo, Violoncelo, Viola e Violino. 

VIOLINO

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    Notícias bibliográficas dão conta de que o Violino surgiu, já como produto de fabricação artesanal e comercial, nos meados do século XVI, mais precisamente na Itália. O nome Violino significa pequena Viola.

    Consideramos que o Violino é um dos instrumentos musicais mais conhecidos. Uma pessoa, por mais afastada que possa estar da Música, pelo menos uma vez em sua vida já viu ou ouviu um Violino. É infalível!

    Por esta razão, desnecessário é descrever o Violino, com relação ao seu formato, características físicas ou construção. Mesmo porque, os bons fabricantes de Violinos guardaram ou guardam os segredos sobre detalhes construtivos, materiais empregados, tratamentos especiais, processos, etc. Enfim, todos aqueles macetes que levam ao aprimoramento e à quinta-essência deste nobre instrumento musical. E ainda mais, a sua construção, esmeradamente artesanal, é constituída de mais de oitenta peças ou partes, requerendo conhecimentos especializados.

    O Violino, desde meados do século XVI até os nossos dias, pouco mudou, apenas sofrendo alterações em alguns pequenos detalhes.

    Já o arco do Violino sofreu melhorias mais acentuadas, no correr dos anos, adequando-se mais perfeitamente ao instrumento.

    O Violino, e isto também não é novidade, é tocado sendo seguro contra o peito, com a sua caixa de ressonância entre o ombro e o lado esquerdo do queixo. A mão esquerda é usada para dedilhar as suas cordas e a mão direita, para manejar o arco sobre as cordas ou dedilhá-las diretamente com as pontas dos dedos, fazendo pizzicato.

    As partituras musicais para o Violino são escritas na Clave de Sol.

    A extensão de escala do Violino compreende três oitavas e uma sexta maior e os seus registros são: grave, médio, agudo e sobre-agudo.

    A afinação das quatro cordas do violino faz-se por quintas justas. Assim, temos:

    Além de seu timbre eminentemente lírico e de extrema beleza, o Violino é capaz de reproduzir uma extensa gama de expressões, tais como: legato, martellato, saltando, con sordino (através do uso de uma peça, semelhante a um pente), pizzicato, tremolo, sulponticello, col legno e, principalmente a geração de harmônicos, recurso que amplia a sua extensão.

    Por isto, o Violino é considerado por muitos como um instrumento perfeito, o Rei dos instrumentos das orquestras, o intérprete universal dos sentimentos.

    Podemos dizer que houve uma boa adaptação do Violino, um instrumento musical de conotação tipicamente européia ao Jazz, música de antecedentes fortemente africanos. E, nessa nova missão e dimensão musical, vemos o Violino participando de grandes orquestras, em harmonias líricas e melodiosas muito bem engendradas, como também em lestos solos e variações de filigranas improvisativas. Alguns nomes de violinistas conseguiram criar no Jazz estilos bastante particulares e de muito bom gosto. Stéphane Grappelli, por exemplo, é um artista que trouxe o seu instrumento para o Jazz e presenteou-nos com inumeráveis pérolas de seu virtuosismo. O seu trabalho é extenso, marcante e valioso.

    Merece ser apreciado. Merece ser aplaudido.

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VIOLA

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    A Viola é mais antiga do que o Violino, sendo um pouco maior e mais pesada do que ele. E, como o Violino, é também colocada sob o queixo para ser tocada.

    A Viola apresenta as mesmas considerações já referidas ao Violino, no que se refere à forma, nomenclatura, arco, etc., assim como os seus registros.

    A extensão normal da Viola é de três oitavas e uma terça maior, sendo que as suas partituras musicais escrevem-se na Clave de Dó na terceira linha e na Clave de Sol, para os registros agudos.

    As quatro cordas da Viola são afinadas por quintas justas, da seguinte maneira:

    Os mesmos efeitos de expressão do Violino, são obtidos pela Viola.

    O timbre da Viola apresenta uma característica mais opaca, com relação ao Violino. No entanto, sua voz revela uma suavidade excepcional, principalmente nas imediações de seu registro agudo.

    No Jazz, a Viola comparece complementarmente na composição de arranjos para grandes orquestras.

 

Giga

Curiosidade: Giga, uma viola medieval.

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VIOLONCELO

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    Conhecido também pelo apelido de cello, desinência do seu nome em Italiano (Violoncello), este instrumento musical representa o Baixo da família dos Violinos.

    O formato do Violoncelo acompanha o formato do Violino, evidentemente guardando as devidas proporções, sendo bem maior. E, por causa de seu tamanho, o Violoncelo é tocado na posição vertical, com o executante sentado prendendo-o levemente entre os seus joelhos. Apoia-se ao solo através de um espigão metálico regulável.

    Procedente da antiga Viola de Gamba (tipo de Viola que se tocava segurando-a entre as pernas), o atual Violoncelo apareceu nas orquestras por volta do ano de 1560.

    Os efeitos produzidos pelo Violoncelo são os mesmos dos instrumentos da família , apresentados anteriormente. O seu timbre é sério, sombrio, às vezes grave. Mas, também, bastante lírico, em seu registros mais agudos.

    Os seus registros são: grave, médio, agudo e sobre-agudo.

    A extensão do Violoncelo engloba três oitavas e uma quinta justa.

    Assim como o Violino e a Viola, o Violoncelo apresenta a afinação de suas cordas segundo quintas justas, isto é:

    As partituras musicais para Violoncelo são escritas na Clave de Fá na quarta linha, para as notas graves; na Clave de Dó na quarta linha, para as notas médias e na Clave de Sol, para as notas agudas.

    Assim como a Viola, a presença do Violoncelo no Jazz faz-se de maneira complementar.

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CONTRABAIXO

   Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    O Contrabaixo é o mais profundo instrumento musical da família das Cordas. Há Pessoas que ainda o chamam, tradicionalmente, de Rabecão. Apresenta um volume físico maior do que o Violoncelo, com cordas mais longas e mais grossas. Difere na forma dos outros membros de sua família (anteriormente já apresentados), tendo as espaldas (ombros) do instrumento mais inclinadas e a parte posterior (tampo) plana.

    O Contrabaixo é tocado na posição vertical, apoiado ao solo através de um pequeno espigão metálico. O contrabaixista senta-se em uma banqueta de altura conveniente, ou coloca-se de pé atrás do instrumento, ficando a mão esquerda para digitar as cordas e a mão direita para o arco ou para o pizzicato.

    O Contrabaixo não apresenta a mesma variedade e qualidade de timbre dos outros instrumentos da família. Os seus registros são: grave, médio, agudo e sobre-agudo.

    Normalmente, os Contrabaixos possuem quatro cordas. Às vezes, cinco.

    A afinação das cordas do Contrabaixo difere totalmente da mesma afinação do Violino, Viola e Violoncelo. No Contrabaixo de quatro cordas, as mesmas são afinadas em quartas justas, desta maneira:

    A quinta corda, quando houver, é afinada em , nível grave abaixo do Mi (4a. Corda), sendo afinada segundo uma terça maior.

    A extensão normal deste instrumento musical é de duas oitavas e uma quinta diminuta.

    A voz do Contrabaixo, quando ferido pelo arco, é grave, severa e áspera. Presta-se, muito bem, para ampliar melodias de outros instrumentos, dando ressonância às Cordas ou a toda massa orquestral ("tutti").

    No Jazz, a sua limitação desaparece. Atuando em pizzicato, ou em menor escala usando o arco, o Contrabaixo assume uma presença obrigatória e indispensável, no apoio rítmico e tonal das melodias. O Contrabaixo jazzístico difere substancialmente do Contrabaixo "clássico", no que diz respeito à sua execução pizzicato. Na música erudita, o som pizzicato apresenta-se de curta duração e desenxabido, ao passo que no Jazz, as notas pinçadas são coloridas e revestidas de vida. São as notas pizzicato melódicas, segundo especialistas na matéria e caracterizam-se pelo alongamento de suas caídas de tons, estendendo-se, relativamente, por um espaço de tempo maior. Isto é conseguido através de uma técnica diferente no trabalho da mão direita, empregada pelos contrabaixistas jazzísticos.

    Grandes artistas contrabaixistas revelaram-se, no Jazz, verdadeiros virtuoses deste descomunal instrumento musical, atingindo um elevado nível de criatividade e musicalidade.

    Os nomes de Walter Page, Ray Brown, Niels Henning Orsted Pedersen, Oscar Pettiford, Slam Stewart, entre outros, não podem ser esquecidos, assim como outros mestres, constantes em nossa Galeria.

    Conhecê-los é um procedimento musicalmente positivo!

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HARPA

 

HarpaMembro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    A Harpa é um dos instrumentos musicais mais antigos, sobrevivente e atuante até os dias atuais.

    É constituída de um quadro ou esteio, em formato aproximado de triângulo, uma coluna vertical e uma caixa harmônica, que fica em sua parte inferior. Todas estas partes são construídas de madeira de lei, usando-se metal apenas nas partes de fixação das cravelhas.

    As cordas da Harpa, a partir do Dó médio, são de náilon. As cordas graves, são de tripa e as cordas mais graves, são espiraladas de fio metálico, podendo entretanto haver variações nestes materiais descritos. Para auxiliar o harpista no ataque às mesmas, as cordas Dó (não enroladas com fio metálico) são vermelhas e as cordas Fá são azuis.

    Antigamente, tentou-se a utilização da Harpa Cromática, porém, por problemas técnicos e práticos, este tipo não vingou, não sendo mais fabricada ou usada. A Harpa Cromática tinha dois pedais e contava com setenta e oito cordas, o que, certamente, trazia uma relativa dificuldade de execução.

    Atualmente, usa-se a Harpa Diatônica, com quarenta e sete cordas, esticadas no quadro triangular através das cravelhas. Para a Harpa Diatônica poder assumir todas as notas da escala cromática, existem pedais, em número de sete, que permitem este procedimento.

    Cada pedal comanda notas iguais, de oitavas diferentes. Melhor explicando, um pedal comanda todas as notas Dó; outro pedal comanda todas as notas Ré; idem, para as notas Mi; e, assim por diante, até as últimas notas, Si. E cada pedal possui três encaixes, em três níveis diferentes: alto, médio e baixo.

    O pedal, por exemplo da nota Dó, encaixado no nível mais alto, mantém as cordas a que pertence menos esticadas, produzindo o bemol em todas as notas Dó da Harpa.

    O pedal, por exemplo da nota Ré, encaixado no nível médio, mantém as cordas a que pertence normalmente tensionadas, produzindo o nível natural em todas as notas Ré da Harpa.

    O pedal, por exemplo da nota Mi, encaixado no nível mais baixo, mantém todas as cordas a que pertence um pouco mais esticadas, produzindo o sustenido em todas as notas Mi da Harpa.

    Complicado? Por aí, vemos o intenso trabalho que os harpista têm com os pés, além das mãos!

    Estes sete pedais estão situados na parte inferior da coluna vertical. Três pedais no lado esquerdo da coluna, acionados pelo pé esquerdo, para as seguintes notas: Ré - Dó - Si, considerando o sentido da esquerda para o centro. Quatro pedais no lado direito da coluna, acionados pelo pé direito, para as seguintes notas: Mi - Fá - Sol - Lá , considerando o sentido do centro para a direita.

    Um cuidado especial, que envolve tempo e trabalho, é a afinação da Harpa. O harpista, antes do início de uma execução, deve afinar o seu instrumento, corda por corda, afim de conseguir uma excelente performance musical. Uma tarefa demorada. Dizem até, gracejando, que o harpista é o músico da orquestra que chega sempre mais cedo do que todos os seus colegas!

    A extensão da Harpa compreende seis oitavas e uma quinta justa, formando quase toda a escala dos sons musicais. As suas partituras musicais são escritas na Clave de Sol, para a mão direita e na Clave de Fá na quarta linha, para a mão esquerda, análogas às do Piano.

    Seus registros são: Subgrave, Grave, Médio, Agudo e Superagudo.

    A Harpa possui um timbre totalmente próprio e inconfundível. O seu canto é cristalino, leve, radiante imaterial. Os seus harmônicos criam um clima de mistério e irresolução.

    O Jazz utiliza a Harpa nos arranjos de caráter extremamente lírico, onde se planeja um esmero no naipe das cordas e a obtenção de um grande apelo emocional.

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CRAVO

Cravo

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    O Cravo apresenta, em planta, o formato de um delgado triângulo retângulo, tal um pequeno piano de cauda. Suas cordas são metálicas, esticadas em direção perpendicular ao executante, presas às cravelhas de afinação. Esta barra de cravelhas, está situada atrás do teclado do Cravo, ou manual, como também é chamado.

    Através de um mecanismo de disparo, ao apertar-se uma tecla do manual, uma ponta de pena de ave chamada palheta (podendo também ser couro pontiagudo ou material plástico), pinça ou pulsa a corda correspondente, fazendo-a vibrar. Após a emissão do som, um dispositivo chamado abafador apaga o som gerado, propiciando ao Cravo um timbre característico ao instrumento. Este procedimento de ataque às cordas, define a modalidade deste instrumento musical, como o de Cordas pinçadas ou cordas pulsadas.

    Há Cravos de um ou dois manuais (teclados), sendo que este segundo tipo tem a possibilidade de oferecer uma sonoridade mais brilhante e mais forte.

    A extensão normal do Cravo é de cinco oitavas e as suas partituras musicais são escritas nas Claves de Sol e Fá, idênticas às da Harpa e Piano.

Raras experiências com o Cravo jazzístico, porém as poucas denotam bom gosto e requinte.

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ESPINETA

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    A Espineta, instrumento musical de Cordas pinçadas, data do final do século XVII e é uma variante em escala menor do Cravo. Possui apenas um manual (teclado) e uma corda para cada nota. Fazendo-se uma vista aérea sobre este instrumento, constatamos que a Espineta apresenta o elegante desenho de uma asa desenvolvida.

    O teclado localiza-se na frente das cordas, e estas, em plano, apresentam um desvio de direção de 45 graus. As cravelhas de afinação estão por detrás do teclado, assim como no Cravo. Utiliza um mecanismo de disparo para pinçar as cordas idêntico ao do Cravo.

    O som da Espineta é semelhante ao do Cravo, porém é mais claro do que o som do Virginal, por motivos construtivos.

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VIRGINAL

Virginal

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    O Virginal é também um instrumento musical de Cordas pinçadas ou pulsadas, podendo ser entendido como um tipo simplificado de Cravo.

    Mal comparando, o Virginal assemelha-se a um caixote de madeira, formato retangular, com apenas um teclado. Este teclado pode estar localizado à esquerda, à direita ou no centro do lado maior do retângulo, conforme a concepção construtiva escolhida.

    As suas cordas são de arame, uma para cada tecla, distendidas no sentido aproximado da diagonal do retângulo da caixa, com as cravelhas de afinação à direita.

    A obtenção do som é similar ao Cravo, isto é, através do pinçamento das cordas por um mecanismo análogo.

    Sua existência remonta dos idos do ano de 1500

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PIANO

Piano

    Membro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    Este importante instrumento musical, caracteriza-se como do tipo de Cordas percutidas ou marteladas.

    O seu emprego, na Música em geral, é por demais difundido, fazendo parte da formação cultural de muitos povos.

    Pode-se dizer que o Piano surgiu por volta de 1700, através de experiências e pesquisas de melhoramentos efetuadas por Bartolomeu Cristofori, em Florença.

    Dos modelos precaríssimos no início, o Piano foi evoluindo até tornar-se um instrumento musical aceito pelos mestres da Música erudita. E assim foi. Em 1783, são adaptados os dois pedais. Em 1790, surge o Piano com cinco oitavas de extensão e em 1794, o Piano de seis oitavas. Foram conquistas importantes!

    Mas, a melhoria mais significativa, foi a invenção do duplo escapo, em 1821. Trocando em miúdos, o que isto quer dizer?

    Duplo escapo é um mecanismo que permite reposicionar o martelo, depois de golpear a corda, novamente a uma pequena distância da mesma, enquanto a tecla permanece abaixada. Dizendo de outra maneira, ao premir-se uma tecla, antes mesmo do dedo liberá-la, o martelo percute a corda e já se posiciona a uma pequena distância da mesma, pronto para novo golpe.

    Com este recurso, notas rápidas e repetitivas, tornaram-se possíveis de serem executadas, mercê do duplo escapo. Isto representou um grande avanço tecnológico no Piano, tornando-o ágil, preciso e moderno.

    Com o passar dos anos, novos aperfeiçoamentos foram introduzidos no Piano. Ampliaram o número de notas, suas cordas ficaram mais longas e mais grossas, melhorando a qualidade musical. Os martelos, antes revestidos de couro, receberam uma cobertura de feltro, aperfeiçoando em muito a sua sonoridade.

    Com relação às cordas do Piano, que são de aço, mister se faz uma ressalva: em seu registro Baixo, há apenas uma corda para cada nota, sendo que esta corda é do tipo enrolada de cobre, para ampliar a sua ressonância; na extensão do registro tenor, são duas cordas para cada nota; e para o restante, segmento mais agudo, há três cordas para cada nota.

    No século XIX, passou-se a construir Pianos verticais, tipo armário ou de parede. Com este novo modelo, ganhou-se na redução do tamanho e no barateamento do preço e o Piano foi popularizado, fazendo parte do mobiliário das residências em geral. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Piano tornou-se um instrumento musical sempre presente nas salas de visita das moradias em geral. Alguns, dedicavam-se a ele como estudo, outros por entretenimento, passando o Piano a ser um determinante cultural na formação familiar. A transmissão de conhecimentos pianísticos de pais para filhos foi um fator de aculturação positivo e incontestável. Por esta razão, vários músicos de Jazz tiveram o vislumbre de suas musicalidades através de seu velho Piano doméstico.

    Complementando, lembramos que o Piano de cauda (aquele que alguém já pilheriou como sendo um Piano vestindo fraque) classifica-se de acordo com o seu comprimento, existindo: ¼ de cauda ("baby gran concert"), meia cauda, cauda inteira e grande cauda ou gran concert. A figura acima retrata a exuberância de um piano Steinway & Sons, modelo D, Concert Grand.

    O Piano, normalmente, apresenta dois pedais. O pedal direito, às vezes chamado erroneamente de "pedal forte", quando pressionado, retira os abafadores das cordas, fazendo com que as mesmas continuem vibrando, mesmo que as teclas deixem de ser tocadas. Já o pedal esquerdo, chamado também de una corda, pedal surdina ou pedal doce, serve para atenuar o brilho da sonoridade. Em alguns Pianos, encontra-se um terceiro pedal na posição central, chamado de pedal sostenuto. Este pedal, ao ser acionado, mantém os abafadores fora somente das cordas cujas teclas estiverem abaixadas no momento. Assim, estas teclas terão o som sustentadas, enquanto as outras poderão ser tocadas livres do sostenuto.

    A extensão de escala do Piano varia, evidentemente, de acordo com o seu número de teclas. No Piano de oitenta e cinco teclas, que são os modelos mais antigos, a extensão compreende sete oitavas justas e no Piano de oitenta e oito teclas, que são modelos atuais, a escala abrange sete oitavas justas e uma terça maior. Como lembrete, registramos que há pianos especiais, construídos sob encomenda, que possuem mais de oitenta e oito teclas.

    Os registros do Piano assumem as diversas regiões da escala musical, englobando: subgrave, grave, médio, agudo e superagudo.

    As partituras musicais para o Piano são escritas na Clave de Sol, para a mão direita e na Clave de Fá na quarta linha, para a mão esquerda, salvo eventuais exceção indicadas.

    Supercuriosidade: O compositor russo Ivan Vishniegrádski em 1933 criou um piano de quartos de tons, constituído por três teclados afinados diferentemente entre si, obtendo com isso divisões menores que o meio tom (piano tradicional). Mas a idéia não vingou e Vishniegrádsk passou então a usar dois pianos com afinações diferenciadas em 1/4 de tom, a fim de reproduzir as suas composições microtonais.

O Jazz deu ao Piano uma nova e diferente maneira de expressão. O Piano jazzístico é de uma eloqüência muito expressiva, conseguindo traduzir os sentimentos melódicos muito fielmente. O diálogo que o Piano empreende, no Jazz, com outros instrumentos, resulta em formas bastante definidas e na linguagem musical harmonicamente correta.

    Por isto, o Piano no Jazz consagrou-se como um instrumento musical praticamente indispensável e sua presença acontece desde nos pequenos conjuntos até nas grandes formações orquestrais.

    Fazemos empenho para que sejam ouvidas e avaliadas as interpretações de notáveis pianistas jazzísticos, que fazem parte da nossa Galeria. Temos a certeza de que abrir-se-ão novas concepções e novos horizontes nos sentimentos e nos conhecimentos musicais dos estudantes e diletantes da Música.

    As referências aos pianistas Oscar Peterson, Erroll Garner, Bill Evans, McCoy Tyner, entre outros, não exclui a observância do grande elenco restante.

    Vamos curti-los?

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CLAVICÓRDIO

ClavidórdioMembro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico)

    Clavicórdio é um antigo instrumento musical de Cordas marteladas ou percutidas, surgido no final do século XVII e que deu origem ao Piano.

    O Clavicórdio apresenta um som bastante límpido e agradável, ainda que pouco potente.

    No final do século XVIII, o Clavicórdio caiu no esquecimento, sendo sobrepujado pelo Piano, instrumento musical com mais recursos e mais potência sonora. Entretanto, no século XX, houve uma retomada do Clavicórdio (assim como também o Cravo e o Virginal), na reedição de antigas peças musicais e até em novos trabalhos de autores contemporâneos.

 

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GUITARRA

GuitarraMembro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    Evidentemente, referimo-nos à Guitarra acústica, muito conhecida no Brasil como Violão, onde é considerado um instrumento musical essencialmente popular. Por esta razão, prescindimos de uma descrição detalhada sobre o mesmo.

    A Guitarra é originária da Espanha, tendo sido exportada para outros países, estando hoje plenamente difundida. Na figura ao lado, uma guitarra de fabricação Fender.

 Seis cordas compõe a Guitarra, assim distribuídas, considerando-se da primeira corda aguda (prima) para a sexta corda grave (bordão): Mi - Si - Sol - Ré - Lá - Mi . A suas partituras musicais são escritas na Clave de Sol. Há também a guitarra de sete cordas, na qual foi adicionada a corda de som mais grave. Originalmente, a corda adicionada era uma corda de violoncelo, tonalidade em Dó. Posteriormente, foram confeccionados bordões, próprios para guitarra, em tonalidade Dó, Si ou Lá, para esta sétima corda. Mas a criatividade não para. Há a guitarra de oito cordas, na qual foi adicionados os bordões graves Fá# e Si. Para a guitarra de dez cordas, a afinação é a seguinte, partindo-se da mais grave: Si, Lá, Sol, Fá, Mi, Lá, Ré, Sol, Si e Mi, podendo apresentar a alternativa: Dó, Lá#, Sol#, Fá#, Mi, Lá, Ré, Sol, Si e Mi. A guitarra de doze cordas apresenta cordas duplas, afinadas como uma guitarra de seis cordas. Para concluir, fazemos referência ao violão baixo de quatro cordas, com afinação uma oitava abaixo das quatro cordas mais graves do violão convencional.

    A Guitarra apresenta o inconveniente de possuir pouca potência sonora, razão pela qual procurou-se adaptar recursos eletrônicos, para superar esta limitação.

    Grandes guitarristas estrelam o firmamento musical do Jazz, onde se revelaram exponenciais talentos deste agradável instrumento musical.

    A personalidade musical de Wes Montgomery representa, com justiça, a verdadeira alma da Guitarra no Jazz. Mas, há outros guitarristas importantes, consagrados em seus estilos, que certamente trarão satisfação e prazer aos ouvintes.

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BANJO

Banjo FenderMembro da família das Cordas (v. Quadro Sinótico).

    Este curioso instrumento musical descende de rudimentares artefatos musicais africanos, trazidos à América pelos escravos. Nos Estados Unidos, foi aperfeiçoado, passando posteriormente à Inglaterra e a outros países.

    O Banjo atual, pode ser descrito com uma caixa harmônica circular, com cerca de vinte e seis centímetros a trinta centímetros de diâmetro. Esta caixa, assemelha-se a um pandeiro, sem os discos metálicos (soalhas), com o tampo feito de pele ou material plástico, que cobre o aro lateral, sendo tensionado por meio de torniquetes. Ao lado, foto de um banjo Fender.

    Este arranjo, propicia ao Banjo um som essencialmente particular.

    Um braço é acoplado à caixa harmônica, onde se alojam as suas cordas, em número de cinco.

    A afinação das cordas do Banjo é curiosa, e é feita da seguinte maneira. Considerando-se da primeira corda (inferior) à última corda (superior), temos: Ré - Si - Sol - Ré - Sol , sendo que esta última corda Sol está em nível mais agudo, em relação às outras cordas.

    O Banjo teve uma participação muita ativa nas primeiras décadas jazzísticas deste século. Era presença imprescindível. Ainda hoje, comparece em eventuais composições ou fazendo parte de conjuntos que cultivam o Traditional Jazz.

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OUTRAS CORDAS

    Outros instrumentos de Corda acompanham a forma, construção, maneira aproximada de tocar, etc., congêneres que são da Guitarra. Não cabe aqui particularizá-los, apenas efetuar uma breve referência.

CAVAQUINHO. É uma pequena Guitarra, com quatro cordas, referidas da mais aguda para a mais grave: Ré - Si - Sol - Ré . Partituras na Clave de Sol.

VIOLA SERTANEJA. Também chamada de Viola Caipira, é um tipo de Guitarra mais acinturada, mais elegante, contendo cinco cordas duplas. São afinadas, considerando-se da dupla corda mais fina à dupla corda mais grossa: Mi - Si - Sol - Mi - Si. Partituras nas Clave de Sol. Há vários tipos, de acordo com a sua regionalidade.

BANDOLIM. Instrumento musical derivado da antiga Mandola, teve a sua origem na Idade Média. Possui quatro cordas duplas, afinadas da seguinte maneira: Mi - Lá - Ré - Sol , considerando-se da dupla corda mais fina à dupla corda mais grossa.

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