( Hamburgo, Alemanha 1833 - Viena, Áustria 1897)
Johannes Brahms nasceu a 7 de maio de 1833, em Hamburgo. Seu pai, contrabaixista de uma pequena orquestra de um restaurante elegante de Hamburgo, deu-lhe as primeiras lições de música aos cinco anos de idade. Quando contava sete anos, seu pai providenciou para que o garoto tomasse aulas com Otto Cossel, pianista. Cossel revelou-lhe a música de Bach e, em pouco tempo, Brahms já era capaz de tocar violino, violoncelo e trompa, além de piano, e já podia acompanhar o pai nos bailes e tavernas de Hamburgo.
Quando Brahms contava 10 anos, Cossel aconselhou o pai a enviá-lo ao professor Marxsen, excelente mestre de piano e teoria musical. Marxsen era um professor severo, mas dotado de um espírito aberto, deixando o aluno desenvolver seu talento criativo. Anos mais tarde, Brahms dedicaria ao mestre, em reconhecimento, uma de suas obras primas, o Concerto N. 2 para piano e orquestra, Opus 83.
Em 1853 inicia uma série de recitais, acompanhando o violinista húngaro Eduard Reménye, de quem se tornou grande amigo. Este ano foi decisivo em sua carreira, onde ele pôde conhecer outros centros culturais e personalidades do meio musical: o violinista Joseph Joachim, Liszt e Schumann.
Tornou-se diretor dos concertos na corte do príncipe de Lippe-Detmold, depois regente do coro de Hamburgo (1859), antes de fixar-se em Viena (1862), onde foi diretor do Singverein der Gesellschaft der Musikfreund (1872-1875).
A partir de 1863, Brahms passa a residir em Viena, onde permanece até o final de seus dias. Começa, então, o período mais fértil da carreira do compositor. Ali, Brahms escreve obras de extraordinária importância. Concluída sua Primeira Sinfonia, Brahms ganharia o aplauso do famoso Maestro Von Bülow, que se transformou no mais ardente defensor de sua obra.
Com o passar dos anos, Brahms torna-se cada vez mais introspectivo e taciturno. A solidão lhe era algo indispensável, seu único desejo era ter a tranquilidade necessária para compor. Jamais se casou, sua vida cotidiana era simples; ele mesmo preparava o café da manhã, fazia as refeições em restaurantes populares e viajava sempre na terceira classe. Em 1878 deixa crescer sua famosa barba. Em 1881 passa uma temporada no balneário de Bad Ischl, procurando melhorar as condições de seu fígado e conclui seu Concerto N.2 para Piano e Orquestra, dedicado ao antigo mestre e amigo Marxsen.
Ao chegar à velhice, Brahms continuava viajando muito, compondo e, artista consagrado, recebendo inúmeras distinções oficiais. Seus últimos dias transcorreram tranqüilos, cercado apenas por poucos amigos fiéis. Seu fígado piora e a verdadeira natureza da enfermidade vem à luz: câncer. No dia 4 de março de 1897, levado pelos amigos, assiste a uma audição de sua Quarta Sinfonia e vê o público aplaudi-lo freneticamente. Foi seu último sucesso em vida. Pouco depois, já cansado e doente, morre no dia 3 de abril do mesmo ano.
Herdeiro de Beethoven, Brahms oferece em sua obra a síntese perfeita do romantismo e do classicismo. Não desprezou o canto popular húngaro, que incorporou a uma poesia tipicamente nórdica e suntuosa. Pianista virtuose, Brahms compôs muito para o seu instrumento ( sonatas, variações, baladas, intermezzos, rapsódias, valsas, danças húngaras).
Muito rica, sua música de câmara compreende sonatas para violino e piano, violoncelo e piano, clarineta e piano, trios, quartetos, quintetos e sextetos. Para a orquestra, compôs Variações para um Tema de Haydn, quatro sinfonias (1876, 1877, 1883, 1885), duas aberturas, dois concertos para piano, um concerto para violino, um concerto para violino e violoncelo. Seus Lieder inscrevem-se na tradição germânica, assim como sua música de inspiração sacra ( Réquiem Alemão, 1857-1868).
Bibliografia
Mestres da Música - Abril Cultural
Grande Enciclopédia Larousse Cultural
Renata
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